sábado, 15 de janeiro de 2011

Essa noite eu tive um sonho

Um sonho um tanto diferente dos sonhos que tenho.

Foi mais ou menos assim: Eu nasci, dia 22 de novembro de 1990, em plena 0h10, deixando meus pais e meus avós acordados até tarde à minha espera. Aí surgira a primeira incógnita do sonho, de que signo sou? Sargitário ou Escorpião? Se levar em conta o horário de verão, sou sargitário, caso seja o horário normal, assim eu seria um escorpianino, e aliás, tenho muitas coisas a ver com o signo. Enfim, acho que sou uma mistura dos dois, por mais que eu não creio muita nessas histórias de zodíaco.

Fui crescendo, tinha medo de Papai Noel assim como muitas crianças, mas, adorava quando ele chegava com os presentes. Aprendi a gostar de futebol, aliás, eu me apaixonei por futebol desde aquela época, é algo que me dá prazer em fazer é jogar um "fut" com a galera, posso estar podre de gripe, com o pé doendo, mas, eu não recuso um convite para um futebol com os amigos.

As novidades começaram a aparecer em minha vida, andar de biclicleta, ir para a escola, conhecer novos amigos. Sempre fui muito tímido, fechado, muitas vezes, tamanha repressão me fazia mal, com isso, ganhara um novo companheiro, meu velho e porque não dizer o único amigo cão que tive, velho "Bobby", lembro até hoje dos tombos do sofá, da bolinha laranja de basquete, etc. Com isso comecei a aprender a dividir, partilhar e me relacionar melhor com as outras crianças (em tempo, um cão lhe fará bem caso não tenha um, é fiel e sua companhia vale a pena).

Assim, passaram anos, mudei de moradia, fiz novos amigos, com os quais algumas "traquinagens" de moleques sem medo de descobrir o verdadeiro significado de uma aventura.
Uma nova vida chegava em casa, meu irmão Lucas, uma parte de mim, sinto que ele veio para mudar de vez a minha pessoa. Passei a ser mais cauteloso, cuidadoso e responsável.

Porém, no sonho lembro bem da parte em que todos foram crescendo, eu fui criando uma ideologia de vida, entendo como as coisas são, como as pessoas são e como nem tudo era tão perfeito como eu pensara.

Talvez, até fosse perfeito, mas não o que era perfeito para mim.

Os amores apareciam e partiam, as paixões se ascendiam e iam embora.

A responsabilidade começou a bater de vez na minha porta e uma hora tive que ceder e ver que, se eu não tivesse ao menos um pouco dela em mim, seria difícil sobreviver em meio ao mundo um tanto quanto irreponsável.

Então, eu acordo, e me deparo que o sonho nada mais era que uma realidade que vivo e continuo sonhando a cada dia. Percebi que além de um sonho, minha vida é muito mais que isso, é uma dádiva de Deus e não vale a pena ser vivida sem paixão.

Paixão por mim, me amar, me sentir bem faz com que eu sinta a paz necessária para ver que as outras pessoas são mais perfeitas que parecem ser.

Cada um com suas particularidades, seus jeitos, manias, sorrisos, palavra, abraços, beijos, sermões, risadas, etc.

Esse sonho me ajudou a perceber que, amar à mim mesmo e minha história, pode fazer com que eu enxergue cada um de uma forma diferente, filtrando o lado bom e esquecendo do ruim. Me fez ver que a paz que eu sempre busco, esteve sempre comigo e era apenas uma questão de querer encontrá-la.

Era apenas uma questão de viver a vida de uma forma diferente, se preocupar mais comigo tendo a certeza que essa felicidade em mim, se refletirá nos outros que me rodeiam e me querem bem.

Agora, após o despertar para a vida, a realidade se tornou um sonho interminável para mim e será completo a cada dia a dia.

Sonhar é acordar-se para dentro.
Mário Quintana